
Trilha é um caminho terrestre a seguir, estreito, entre vegetação e com obstáculos. O termo já foi mais utilizado para definir circuitos de moto e bicicleta, mas vem se popularizando e tornando-se mais conhecida como trajetos feitos a pé, caminhando.
Podemos caminhar entre as ruas das cidades, mas isso nos aproxima de situações do dia-a-dia: estresse do trabalho ou da vida social, correria, quantidade de informações que chegam e precisam ser processadas, barulho, poluição.
Por isso, cada vez mais as pessoas buscam um contato maior com a natureza: querem distância de todos os fatores que lembram sua vida diária e buscam um ambiente de paz e tranquilidade.

O neurocientista Shane O’Mara, autor do livro “In Praise of Walking” (traduzindo, “Em louvor à caminhada”), defende que caminhar deixa as pessoas mais felizes e inteligentes, e isso é alcançado quando nos movimentamos pelo mundo.
Segundo Rebecca Solnit, autora do livro “A história do caminhar”, o simples fato de caminhar explora duas topografias: explorar o mundo e explorar a mente.
O uso de trilhas em meio à natureza para caminhadas certamente é crescente nos últimos anos: cada vez mais as pessoas utilizam as trilhas para contemplar e interagir com a natureza, realizar atividades recreativas, praticar esportes e o Ecoturismo, visando o bem-estar.
Além disso, segundo médicos, as caminhadas auxiliam na saúde: no combate à obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, reduzindo da pressão arterial, fortalecem ossos e músculos e diminuem a ansiedade e o estresse. Aumentam a produção de substâncias estimulantes em nosso corpo, como a adrenalina, e também melhoram o condicionamento físico, dando mais disposição ao organismo.

Muitos estudos comprovam que a conexão com a natureza diminui também o risco de doenças mentais, melhora a concentração, memória, o humor, ajudam a reduzir inflamações, distúrbios do sono e até a miopia. Entendendo estes benefícios, cidadãos de Tóquio, no Japão, uma das cidades mais urbanas do mundo, aderiram a conexão com a natureza como uma das tarefas diárias em busca de relaxamento e meditação.
A revista Nature fez um estudo no qual concluiu que é necessário o contato com a natureza de pelo menos 2 horas (pesquisa de 2019), semanalmente, para que o corpo possa usufruir de seus benefícios.
Richard Louve, americano que lançou o livro “Vitamin N: The essencial guide to a nature – rich life” (traduzindo, Vitamina N: Um guia essencial para uma vida mais rica em natureza), o estudioso concebe a idéia de que a natureza seria um “remédio” sem contraindicações e prescrito por vários profissionais da saúde. E bem verdade, este potencial terapêutico da natureza vem sendo cada vez mais explorado, substituindo as pílulas e outros tipos de tratamento.
História do Caminhar

O caminhar é tão antigo quanto o próprio homem: está relacionado, em princípio, à sua necessidade de locomoção. Depois, sua sobrevivência e com o passar dos anos, outras finalidades: em toda história antiga vemos casos de povos que se deslocavam em busca de alimento, locais para sobreviver, peregrinações religiosas, comércio e guerras. Tem impacto não apenas no individual, mas se trata também no social, rumo à mudança de uma vida comum.

Percebe-se que, no início, era de costume caminhar, pois seria a única opção existente. Com a revolução industrial, avanços tecnológicos e privatização de espaços públicos, deixou-se de caminhar, dando espaço para máquinas, meios de transporte e vida baseada num mundo cada vez mais acelerado. A vida urbana trouxe o sedentarismo e muitos problemas de saúde. Na última década, chegou-se a 54% da população mundial vivendo em áreas urbanas. Devido a este cenário cada vez mais estressante, começou um movimento de resgate aos valores do campo e natureza.
A idéia de passeios em meio à natureza por prazer surgiu no século XVIII, com o fim do feudalismo europeu e pensamentos do Romantismo (caminhadas pela natureza eram atividades lúdicas e prazerosas). Com o início da urbanização, no século XX, pessoas que iam morar na cidade sentiam falta do contato com a natureza e o campo, e faziam caminhadas para suprir esta falta.

Caminhadas de cunho recreativo, voltadas para o turismo e lazer têm registros a partir do século XIX, com movimentos de implantação de trilhas com o objetivo de aproximar pessoas comuns aos ambientes de montanhas. Surgiram nesta época clubes de caminhadas, excursionismo e montanhismo.
Na década de 90, caminhar é a forma de exercício mais popular no mundo, superando todas as outras formas de esporte e exercício.
Termos e suas definições

Trilha: percurso terrestre com ida e volta pelo mesmo caminho; Segundo a ABNT, é uma “via estreita, usualmente não pavimentada e intransitável para veículos de passeio”.
Trilhar: caminhar ou andar por trilhas
Caminhar: Seguir por um caminho ou percorrê-lo andando a pé
Circuito: percurso terrestre que possui início e fim no mesmo local, mas seguindo por caminhos diferentes.
Travessia: percurso terrestre com início e final distintos;
Pedestrianismo: caminhar ou correr, sendo atividade desportiva, competitiva ou não competitiva, praticada essencialmente em meio à natureza
Dois termos famosos e que são confundidos: Hiking e Trekking

Hiking é um termo em inglês que significa “andar por aí”: é uma caminhada de curta duração, geralmente poucas horas, sem camping ou pernoite, em terrenos em geral, menos acidentados. É um termo muito pouco utilizado, mas comumente praticado.

Trekking envolve uma caminhada de longo percurso, com pernoite ou camping e terrenos de todos os tipos. É uma palavra de origem sul-africana, século XIX, que significa trilho ou percurso pedestre. Em sua origem, tem conotação de resistência física e sofrimento, pois surgiu em época de escravidão (quando os trabalhadores holandeses chamados voortrekkers colonizaram a África do Sul) e onde o único meio de locomoção era a caminhada. Usualmente na língua portuguesa, a palavra trekking significa caminhada em trilhas; por isso muito se confunde os termos.

Concluindo
Uma das principais e crescentes formas de prática de exercício são as caminhadas, sejam de curta ou longa distância, devido aos inúmeros benefícios que elas proporcionam. Acrescida a esta prática, o local onde são feitas, em meio à natureza, vem a somar todos esses benefícios.

Que tal então começar a usufruir dos inúmeros benefícios das trilhas?
Lembrando que é de extrema importância:
– Conhecer e estudar o local onde a prática será feita (incluindo mapeamento ou guia se for necessário, condições naturais da trilha, condições meteorológicas, infraestrutura ou ausência desta);
– Preparação física (graus e níveis de dificuldade da trilha variam de acordo com a capacidade física);
– Preparação do vestuário: Roupas leves com proteção para o sol, chapéus ou bonés, meias adequadas e botas de trilha são sempre indicadas para esta modalidade esportiva;
– Preparação de equipamentos: de acordo com o tipo de caminhada a ser realizada, mudam os equipamentos necessários: mochila leve ou cargueira, alimentos, necessidade de barraca, isolante térmico e caso de dormir ou não, quantidade de água, roupas para se abrigar, bastão de caminhada, luvas;
– Equipamentos sempre necessários: lanterna, manta térmica, capa de chuva, kit primeiros socorros, sacolas plásticas para armazenar lixo;
– Respeitar as áreas naturais, animais e vegetação: recolher seu próprio lixo, não degradar o meio ambiente com escritas, desenhos e pichações, nunca retirar nenhum item da natureza, seja de natureza vegetal ou animal, não fazer fogueiras, respeitar os animais e as pessoas que utilizam a trilha, evitando utilizar aparelhos sonoros.
Assim sendo, uma excelente trilha ou caminhada a todos!!!

Bibliografia, links e documentos interessantes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trilha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trekking
https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/urbanismo/pensar-com-os-pes
https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/caminhada.htm
https://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo01b.php
https://www.extremeuv.com.br/blog/curiosidades/diferenca-entre-trekking-e-hiking
https://www.radioriodejaneiro.am.br/blog/caminhar-nos-faz-felizes-inteligentes/#.YDP5UuhKjIU
A História do Caminhar – Rebecca Solnit
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-importancia-do-contato-com-a-natureza-para-a-saude/
https://www.terratrekking.com.br/noticia/5/o-que-e-trekking
http://www.interativapantanal.com.br/publicacoes/publicacoes_detalhes.asp?id=95
https://www.medley.com.br/blog/saude-mental/beneficios-contato-com-natureza
http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/images/Caminhada%20e%20Caminhada%20de%20Longo%20Curso.pdf
https://blog.penatrilha.com.br/trekking-ou-hiking-voce-conhece-as-diferencas/
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/trilha
file:///C:/Users/HP/Downloads/8615-Texto%20do%20artigo-24310-1-10-20200713.pdf
https://marcioatalla.com.br/atividade-fisica/caminhar-e-preciso/
https://medium.com/@jameshorrox/the-science-of-hiking-53e8260ab46d
http://www.4walkers.com.br/blog/10-licoes-de-vida-que-voce-pode-aprender-fazendo-trilhas
https://www.ecycle.com.br/4123-natureza-e-saude-mental.html
https://yandeculturacorporal.wordpress.com/pedestrianismo/
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/09/15/beneficios-do-
contato-com-a-natureza-rveja-como-inclui-los-no-dia-a-dia.htm
http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1895
https://blog.thenorthface.com.br/dicas/7-regras-para-reduzir-o-impacto-ambiental-em-seu-trekking/
https://www.dicio.com.br/trilha/
https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/
https://altamontanha.com/classificacao-de-trilhas-tecnicas-uma-necessidade-real/
http://www.femerj.org/wp-content/uploads/classifica%C3%A7%C3%A3o-trilhas-v6.1.pdf
https://blogdescalada.com/a-historia-do-trekking/
https://altamontanha.com/classificacao-de-trilhas-tecnicas-uma-necessidade-real/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/esportes/trekking
https://blogdescalada.com/saiba-qual-a-diferenca-entre-hiking-e-trekking-na-pratica-do-montanhismo/
https://bemglo.com/caminhada-saudavel-pedestrianismo/?wmc-currency=BRL